O que quer o consumidor em 2020?
- Redacao@BenWoman
- 13 de nov. de 2019
- 3 min de leitura
Tudo aquilo que consumimos é resultado dos anseios coletivos, sendo assim, as ações de marketing dão vida aos desejos dos consumidores por meio de produtos e serviços. Portanto conhecer o que deseja o consumidor e as suas necessidades é de fundamental importância. Estudar o comportamento humano e entender o que as pessoas andam fazendo, falando e desejando permite que se desenvolvam produtos que vão de encontro ao interesse do público.

Além de criar produtos, é possível também desenvolver com mais assertividade o discurso por trás da marca, ou até mesmo decidir quais temas apoiar, isso permite que a comunicação e filosofia da empresa estejam de acordo com os discursos sociais que estão em voga, como sustentabilidade, empoderamento feminino, discussão sobre gênero, desenvolvimento tecnológico entre outros tantos assuntos.
A WGSN é uma empresa britânica, que estuda o comportamento do consumidor e trazendo diversos relatórios com as previsões das tendências de comportamento afim de criar um norte para as marcas. Acredite, ou não, mas todas as tendências, sejam de moda ou de gastronomia são diretamente provocadas por nós consumidores, todo somos responsáveis por impulsionar o mercado em diversos segmentos. Tudo, desde o que vamos vestir ao comportamento que vamos adotar, é previsto em estudos feito por empresas especializadas. Por esse motivo, quando uma roupa chega à loja temos o sentimento de que queríamos aquilo. Por trás de toda tendência há um comportamento social implícito.

Sendo assim, fica fácil entender porque a WGSN aponta o Neo Mint como a cor para o verão 2020, é um tom que faz uma ligação entre a tecnologia e a natureza, é uma cor refrescante e que traz calma. Estamos vivendo uma era de grandes avanços e uma enorme expansão da população, o que traz a tona a questão: “Como será possível tantas pessoas viverem sob a Terra que tem seus recursos naturais finitos?”. Por isso, tecnologia e ciência se une para encontrar novos caminhos de se manter os recursos naturais e vida sob a Terra.
Em decorrência dessas discussões a ideia da Economia Circular vem crescendo e se fortalecendo. Essa é uma filosofia adotada por empresas que reciclam ou dão um novo destino aos seus resíduos transformando-os em matéria prima secundária. Com isso conseguem compartilhar esse material com outras empresas afim de reaproveitar e criar novos produtos. A economia circular pode minimizar o impacto humano no meio ambiente, isso faz parte da sustentabilidade.

A H&M marca sueca, que hoje ocupa um dos lugares de maior compradora de algodão orgânico do mundo, apresentou suas roupas com poliéster reciclado. Isso mostra uma mudança na postura da empresa. “A nossa visão 100% circular e o nosso objetivo de usar apenas materiais reciclados ou outros materiais sustentáveis até 2030, desempenham um papel fundamental na nossa agenda de sustentabilidade. Estamos cientes de que a nossa visão significa uma grande mudança em como a moda é feita hoje e, se quisermos assumir a liderança neste desafio, a colaboração e a aceleração da inovação e de sistemas circulares em conjunto com a indústria é crucial”, diz a responsável pelo acordo de sustentabilidade no grupo H&M Anna Gedde. Mudanças como essa que a fast fashion H&M vem fazendo é total reflexo do consumidor que adota uma postura de responsabilidade sobre o próprio consumo, exigindo que as marcas também se responsabilizem pelo o que, como e quem produz seus produtos.
Fica nítido, que não ouvir os desejos e anseios do consumidor pode ser um tiro no pé e o declínio de grandes empresas, como é o caso Forever 21, que abriu falência. Ou seja, as gerações que estão vindo se mostram mais exigentes, engajadas e preocupadas com o mundo e com as pessoas e isso influencia todo o comportamento humano de uma era.

Paolo Sorcinelli afirma que “o consumidor está mais maduro e mais consciente, e não mais um seguidor acrítico de grife e do total look, um consumidor cada
vez menos fiel à marca e cada vez mais estilista de si mesmo, o que gera uma nova moda”. Uma entrega pontual de produtos bem variados e coordenados em espaços que se mostrem cada vez mais atraentes, empresas com caráter mais humano que se preocupe com as pessoas e se mostre responsável em suas atitudes afim de diminuir os impactos sociais é o que busca o consumidor e isso vai estabelecer quem, no mercado, tem condições para competir.
Por Maria Amélia Claus
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